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Pois é, são os direitos adquiridos! - Região do Norte

Pois é, são os direitos adquiridos!

“Dizem que não perturba a perspetiva da Ponte da Arrábida. Que cumpre toda a legislação. Pois, deve ser… Ainda assim, acho que algo está mal, para isto ser possível. Crescendo no mesmo ano em que, em Viana, a Torre do Coutinho veio a baixo, em demolição paga com os nossos impostos” – José Alberto Rio Fernandes

Por lá tenho passado, em dias de sol e de nevoeiro, de manhã, tarde e noite – um ritual de respiração. O arco de Edgar Cardoso é (era) abrigo de sensações sublimes para respirar “o Porto”, a caminho da Ribeira e subir à Sé: dali procuro o mar com os olhos a seguirem a ordem do rio. Eram os meus “direitos adquiridos” numa cidade sublime.
A foto de Rio Fernandes encolhe-me a alma e perco-me a encontrar no Jornal de Notícias tantas informações sobre este “investimento” imobiliário: tudo legal, pois claro, nem podia ser de outra maneira, claro está, mas absolutamente imoral.
E aqui imoral por não respeitar “os mores”, isto é, os bons costumes de uma cidade nobre afirmada na imagem colectiva que desenha a história de gerações. Alterar o traçado visual de quem ali passa deveria ser um “bem” (possibilidade) indisponível!
Deveria bastar-nos o caso lembrado de Viana do Castelo, com a construção e depois demolição do “prédio Coutinho”  assunto que explicou a subida do PS à Câmara para nunca mais de lá sair.
Recordo que na altura da autorização da construção do edifício “estava tudo legal” e apontava para uma “nova cidade” que haveria de chegar.  A Câmara decidiu vender em hasta pública  o terreno de cerca de mil metros, em Julho de 1972. Fernando Coutinho com “nove mil contos” marcou posição, para mais tarde se edificar o “prédio” que politicamente só encontrou oposição com a candidatura de Defensor Moura (PS) à  edilidade no ano 2000. E o edifício desapareceu no dia 2 de Junho de 2022.
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Por Arnaldo Meireles