ESTAMOS TODOS EM CONSTRUÇÃO, SEMPRE, MESMO SEM O SABERMOS, PORQUE AS NOSSAS OBRAS E O NOSSO SABER NUNCA SERÃO ABSOLUTOS.

O indivíduo e a sua ação, os grupos e os seus interesses, os Homens e as suas obras e decisões são seres e fazeres, normais, ou seja, imperfeitos.
É indesmentível que o que se constrói, destrói-se, para de novo se voltar a construir algo que parece melhor e, não o sendo para os outros, será para quem o constrói, pois essa era a intenção de quem destruiu ou deixou destruir, para voltar a construir.
Será assim eternamente, até sempre, pois nunca ninguém se satisfez com o que construiu, seja quase perfeito ou  muito imperfeito, que a perfeição, como o infinito, é humanamente inalcançável.
Porém, se próximo de tal conseguirmos vaguear, digamos da perfeição, deixemo-nos levar por essa abstração e enredar pela meada que ela nos envolve, pois assim, mais possibilidades teremos de encontrar a porta invisível do acesso à perfeição, conscientes, contudo, que por mais que a sintamos, jamais a alcançaremos, por mais que a vejamos, jamais saberemos que a estamos a ver e que, se por acaso a passarmos, nunca saberemos que o fizemos porque a consciência da perfeição e do saber absoluto são tão inalcançáveis como o é o Eterno.
Só com a consciência da nossa imperfeição podemos tentar rondar a perfeição.
Só assim o médico poderá salvar vidas, o engenheiro poderá projetar obras incríveis, o arquiteto será capaz de desenhar colossos impensáveis, o farmacêutico terá a ousadia de inventar vacinas partindo quase do zero…
Só assim, o político tratará desinteressada, consciente e civilizadamente a Pólis, e os autocratas se poderão, eventualmente, transformar em democratas.
Quem quer e pode entender que o entenda e, se o fizer,  não duvido que ficará ciente que contribuirá, definitivamente, para um Mundo melhor.
Por Nuno Barros
Farmacêutico
Farmácia Meixomil