A Citânia de Briteiros!

Citânia de Briteiros – uma civilização a dominar o monte e o vale, uma cultura em construção.


A Pedra Formosa da Citânia de Briteiros

A Pedra Formosa era uma parede que dividia dois compartimentos do balneário, neste caso do balneário sul da Citânia de Briteiros um importante povoado pré-Romano da Idade do Ferro.
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O balneário era uma construção retangular com duas “salas”, os dois compartimentos eram divididos por uma estela de forma pentagonal decorada, com uma pequena abertura no fundo para se poder passar de um para o outro, a que os estudiosos apelidaram de “pedra Formosa”. Uma das câmaras servia para se tomarem banhos de vapor, a outra para se tomarem banhos de água fria.
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As pessoas entravam, tiravam a roupa, besuntavam-se com óleos, passavam por uma pequena abertura, deitavam-se com a cabeça virada para dentro, punham as mãos numa pega e empurravam o corpo para dentro. Já lá dentro havia uma câmara de sauna onde a temperatura era muito alta, e onde permaneciam vários minutos a transpirar.
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De seguida, saíam e na rua existia um tanque onde tomavam um banho de água fria e finalmente voltavam a besuntar-se com óleo. Este tratamento era muito eficaz pois fazia bem à circulação sanguínea e era bom para limpeza de pele. Ao usufruírem da sauna, os poros dilatavam, transpiravam, limpavam a pele e depois do banho de água fria os poros fechavam. Apesar dos habitantes da altura não possuírem uma explicação para este ritual, eles simplesmente sentiam-se melhor.
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A citânia de Briteiros , um povoado da Idade do Ferro, permaneceu ocupado à época da invasão romana da península Ibérica, tendo sofrido influência da romanização, no século I a.C., como é demonstrado pelas evidencias de numerosos vestígios, tais como inscrições latinas, moedas da República e do Império, fragmentos de cerâmica importada (terra de sigillata), vidros, e outros.
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Segundo alguns estudiosos esta citânia deve ter sido definitivamente abandonada no século III.

Como testemunho do primitivismo das origens da citânia de Briteiros existem os achados de instrumento de pedra eneolíticos ou de bronze inicial. Por outro lado, as “mamoas” nas vizinhanças da citânia e as gravuras rupestres nas encostas dos montes próximos mostram a existência de uma cultura autóctone anterior à romana.
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Interpretações recentes permitem atribuir à Citânia de Briteiros o papel de capital política dos “Callaeci Bracari” no início do século I, onde se reuniria o respectivo “consilium gentis” na grande casa circular de bancos adossados às paredes.
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Citânia de Briteiros apresenta as características gerais da cultura dos castros do noroeste da península Ibérica. Consiste nos restos de uma povoação, em um sítio elevado, com traços culturais celtas, murada.
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Revela-se nesta cultura traços da influência indígena no dispositivo topográfico da povoação, no traçado das muralhas, na planta circular das casas, no processo da sua construção e na decoração com motivos geométricos.
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(41°31’33.36″N 08°19’0.94″W) Salvador de Briteiros – Guimarães – Braga – Minho – Portugal
“Fim – o que resta é sempre o princípio feliz de alguma coisa. “ – Agustina Bessa-Luís
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A Citânia de Briteiros